quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

15º dia de Chivay a Geiser Pinchollo 150 km

15º Dia

Trajeto do dia.

Esta noite foi difícil dormir, tinha vestido tudo que tinha levado, não passei frio no corpo, apenas nos pés mesmo usando umas 5 meias. Não sei que temperatura estava, mas certamente perto de uns -10ºC, até as sardinhas estavam congeladas. Demorei um pouco a dormir e quando consegui acordava a cada 15 minutos e demorava mais uns 20 pra conseguir dormir novamente, mas todo sofrimento nesta viagem é seguido de recompensa. Hoje eu iria chegar a nascente do Rio Amazonas em uma Biz, certamento o primeiro com uma moto do tipo. Sempre vi fotos e relatos de pessoas que chegaram lá com motos trail e nunca imaginei que poderia chegar lá com uma Biz, pois bem hoje é o meu dia!
Levantei eram umas 7 horas, tirei as sardinhas e coloquei no sol pra descongelar junto coma a água e o pão que estava uma pedra. O frio era intenso ainda, mas sem o vento era possível se aquecer no sol, fiquei uma hora no sol esperando as coisas descongelarem e meus dedos esquentarem para poder desmontar a barraca e comer para tentar descobrir o caminho para a nascente. Revi os mapas e concluí que eu estava mais longe que pensava da nascente, não era logo atrás da colina e sim lá no horizonte, reconheci o lugar que tinha errado no mapa e depois de desmontar a barraca voltei pelo caminho que tinha feito até achar alguns rastros de veículo que ia em direção do nevado Mismi pelo deserto. Segui os rastros e sempre tendo que escolher uma das estradas das várias bifurcações tentando chegar no ponto mais próximo da nascente para não ter que andar muito para ir até ela. Em uma dessas bifurcações eu errei e acabei abaixo da nascente, tive que voltar e pegar o caminho certo que passava em meio a pedras, estradinha difícil pra moto baixa. Subi vários morrinhos até que perto da nascente tinha um mais inclinado e a biz que já se arrastava se negou a subir. Deixei a moto e subi este morro a pé para ver se não teria outro mais inclinado depois e não tinha, era quase plano até o ponto onde eu deixaria a moto. Voltei e tirei o filtro da moto pra ver se melhorava e melhorou, consegui subir o morro, mas ao lado da moto acelerando e empurrando. Depois foi só acelerar até chegar a uns 300 metros da nascente a uma altitude de cerca de 5.200 metros de altitude.
Deixei a moto lá, peguei minha garrafa PET e câmeras e fui por meio das pedras até a nascente. A emoção foi grande, não chorei porque sou duro, mas a emoção foi grande. Não é pra qualquer um chegar lá, ainda mais de Biz. Enchi a garrafa de água na fenda de onde brota a água, sentei em uma pedra e fiquei um tempo alí olhando aquela imensidão e pensando no quanto esta água vai ter que andar pra chegar no Atlântico, mais longe do que eu já tinha rodado até lá e o incrível é que o Pacífico fica a uns 300 km em linha reta de lá.


Abaixo fotos da nascente do Rio Amazonas




Voltei para a moto orgulhoso dela pelo feito de ter me levado até lá. Voltamos para a estrada, cheguei em Chivay era meio dia e desta vez eu queria uma comida salgada e quente.


Abaixo uma sequência de fotos do caminho entre a nascente e Chivay.







 Achei um restaurante simples e pedi o prato que estavam servindo sem nem saber o que era, veio uma sopa de entrada e o segundo prato é o típico: Arroz, papas e pollo. Acompanhado de suco e gelatina e pra ajudar o valor era de 6 soles, 6 Reais. Pedi outro, então foram 4 pratos, valeu a pena estava gostoso. Como na cidade tem uma terma fui ver como era pra tomar banho lá, custava 15 soles. Desisti.
Fui então para o cânion Colca, sonho antigo também, no inicio era asfalto, mas que logo acabou e começou uma estrada de chão em boas condições e movimentada, uns 50 km depois tinha uma cancela na estrada e uma guarita. Parei lá e fui informado que teria que pagar o equivalente a 40 reais para poder seguir. Taxa para turistas internacionais conhecerem o Colca. Paguei contrariado. 
Continuei pela estrada que serpenteia o cânion até Cabanaconde, onde fica o Mirante Cruz del Condor. 






O cânion tem lavouras em andenes incas e é muito bonito. Antes de chegar ao mirante eu vi uam placa indicando um geiser a 9 km montanha acima por uma estrada de chão, nunca tinha lido sobre um geiser no Peru e por não ter lido eu já sabia que não seria grande coisa, mas ficava no pé do vulcão Sabancaya que estava em erupção. Decidi ir lá ver, eram umas 17 horas quando cheguei lá. O geiser nada mais é que um lugar por onde brota do chão muito vapor, parecido com o Sol de La Mañana, mas com apenas uma fonte de vapor que expele os gazes com força chegando a mais de 10 metros de altura se não tiver vento.
Como já era tarde e eu também queria ver o vulcão em erupção, eu estava literalmente aos pés dele, a 4.500 metros de altitude, 400 metros abaixo dele, e em local seguro ele estava expelindo apenas cinzas já tem dois anos. Montei a barraca no mirante do geiser e fui dormir, mas a casa barulho estranho eu tirava a cabeça pra fora da barraca pra ver se não era o vulcão que estava em erupção. A lua estava cheia e eu podia ver perfeitamente o vulcão.

Camping ao lado do geiser.


Quilometragem do dia: 150 km
Quilometragem acumulada: 5270 km

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