sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

22º dia de Trujillo a Motupe 300 km

22º dia
28 de dezembro de 2016

 
Era o dia de conhecer um dos lugares mais enigmáticos de todo o Peru, a cidade de Chan Chan em Trujillo.
Tinha acampado a uns 30 km de Trujillo e pelas 8 da manhã eu estava em frente a Chan Chan,. O horário de atendimento é a partir das 9, então eu tinha que esperar uma hora, enquanto não abria eu fui dar uma volta pelas ruínas ainda não restauradas, elas estão espalhadas por uma grande área e por meio delas tem algumas estradinhas, umas com cancelas e outras de acesso livre. As com cancelas estavam abertas e passavam por ruínas que ainda estavam com altura de até uns 5 metros. Andei por lá até perto das 9 e fui para a bilheteria, depois visitei i museu de Chan Chan, quem não tem muita coisa, mas conta um pouco da história e mostra como funcionavam os centros povoados de Chan Chan.
Chan Chan era uma cidade da cultura Chimú e contou em seu auge, no século XIV, com 50.000 pessoas em uma área de 15 km². Existem 10 áreas muradas, chamadas de cidadelas, e em volta destas áreas a população tinha suas casas. Todas as construções são feitas em adobe e por esta causa o sítio está na lista dos patrimônios em perigo. Cada uma das cidadelas pertenceu a um dos governantes da cidade, ao morreu o governador era sepultado na cidadela com seus bens, inclusive suas concubinas, que eram sacrificadas. O novo governo construía uma nova cidadela e era descendente do governo anterior, como os reinados.
As cidadelas eram o centro administrativo, religioso e comercial da cidade, tem áreas distintas para cada uma das atividades. No idioma que os Chimú falavam significa Sol Sol.
Diferente da maioria das outras culturas em Chan Chan não são encontrados desenhos ou esculturas que lembrem guerreiros, era um povo pacífico, voltado a pesca e agricultura e talvez por este motivo foi conquistado pelos Incas.


Abaixo uma sequência de fotos de Chan Chan
















 
Em minha visita acompanhei um grupo que estava com um guia para entender um pouco melhor a cidadela que visitávamos, a única aberta a visitação e restaurada. O lugar, pra quem assistiu a documentários sobre, é cultura pura, tão mágico quanto Machu Picchu.
Após a visita segui pela Panamericana para Lambayeque onde visitaria o museu Tumbas Reales de Sipan. A estrada até lá não tem atrativos, passa longe do mar em meio ao deserto, então era só acelerar.
Cheguei em Lambayeque as 16 horas, tive que deixar celular e câmeras no guarda volume e fui fazer a visita que consiste de em assistir a um vídeo de 15 minutos explicando como foi encontrada a tumba e retirados os objetos enterrados juntos aos corpos. As tumbas eram da cultura Mochica e datam do seculo II e III e pertenciam a um dos governantes, um sacerdote e outras pessoas e animais que foram sepultados juntos ao dois. Após o vídeo comecei a visita ao museu. Cada tumba tinha muitos objetos, cerca de 1000 pecas em ouros e outros materiais e imensa quantidade de cerâmicas, que foram cuidadosamente retirados e restaurados para serem expostos no museu. No andar térreo existem 35 manequins que representam a sala real e seu entrono político e a cada meia hora é feita uma apresentação com parte dos manequins que executam alguns movimentos acompanhado de uma trilha sonora que alguns dos manequins tentam segui com seus instrumentos.

 
Feita a visita, que durou quase duas horas segui então pela carretera 1NJ que iria me levar até uma rodovia para o interior do país. No dia anterior fiz minhas contas e vi que não seria possível ir até o Equador devido a viagem não render uma boa quilometragem por dia em função do número de paradas para visitar lugares, como a parte que eu queria visitar no Peru ainda tinha muitas paradas o ideal seria começar o meu retorno deste ponto para tentar conseguir ver tudo que tinha no roteiro deste ponto até o Brasil.
Perto de anoitecer em uma região com bastantes fazendas eu não estava encontrando um local para acampar, vi então um rio seco que uma maquina tinha alargado e era possível andar pelo leito, saí da estrada e entrei no rio e fui seguindo até achar uma saída que dava em uma plantação de cebola, foi nessa saída, protegida do vento e longe da vista de pessoas que montei a barraca, como não tinha previsão de chuva eu podia dormir despreocupado e caso viesse água, naquele ponto a água não arrastaria tudo, pois ficava fora do curso do rio.

 
Quilometragem do dia: 300 km
Quilometragem acumulada: 7505 km

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