quinta-feira, 2 de março de 2017

35º dia de Ayaviri a Pomata 470 km

35º dia
Dia 10 de janeiro de 2017
Trajeto do dia

Saí cedinho do hotel, a ideia era chegar até La Paz saindo para a Bolívia pelo lado leste do Titicaca. Andei 70 km por estradas asfaltadas para então em Azángaro iniciar um trecho de estrada de chão de 35 km até uma cidadezinha de nome sugestivo, Chupa. Este trecho que não estava roteado no GPS e que não era de estradas sinalizadas eu tive que pedir informação diversas vezes para não me perder, não podia perder tempo, a estrada estava em péssimas condições, com muita lama, mas o visual compensou o trecho. A partir de Chupa eu segui por estradas pavimentadas, algumas com muitos buracos e ondulações passando por várias vilas as margens do lago Titicaca.


 Era perto do meio dia quando cheguei à fronteira. Para minha surpresa nesta fronteira havia apenas um posto de aduana do Peru, o oficial que me atendeu queria dar saída na moto de qqr jeito, mas não entreguei o papel à ele, dizendo que não sairia irregular do Peru e muito menos entraria irregular na Bolívia, sob pena de perder a moto na primeira barreira policial e ainda ser deportado. O jeito seria ir até Juliaca e seguir para a Bolívia por Yunguyo, teria que andar 120 km para voltar a avançar e minha viagem, ou seja, 240 km andados sem precisar, mas o visual deste lado do Titicaca não se compara ao outro lado. A água tem vários tons de azul e tem várias ilhas ao longo do lago. Almocei em uma das cidadezinhas, duas vezes, custava 4 soles, R$4,00, e depois comprei uma fruta que tem parece um maracujá, mas que tem gosto de melão e era chamada de pepino. Coisas do Peru.

Abaixo fotos do lago Titicaca e seus 50 tons de azul.




Outra coisa interessante é a quantidade de homenagens feitas a mortos em acidentes na estrada, eram muito e muitas vezes tinham aglomerados de casinhas com entre 8 e 14 casinhas do mesmo acidente, indício de que a região é muito perigosa e que certamente aconteceram com vans superlotadas, o que é comum lá.
Cheguei em Juliaca no meio da tarde, da outra vez que passei por lá foi difícil sair da cidade e desta vez não foi diferente. A cidade continua com obras em diversas ruas e com as chuvas de verão tudo parece um mangue, em alguns lugares a lama chegava no motor. Fui seguindo sempre no sentido sul para chegar ao centro e lá me informar como sair. No centro já tinham terminado as obras que tinham quando passei em 2015 e depois de algumas perguntas cheguei a estrada que fizeram nova também, no inicio da cidade, que liga Juliaca a Puno. Esta estrada é composta de várias retas e em boas condições e nela meu passatempo era contar o numero de casinhas de homenagem a quem morreu ali na estrada e cada reta, as retas tinham em média 5 km e não contei menos de 15 casinhas em cada. É a região mais perigosa de todo o Peru, se levar em consideração o número de casinhas, e logo pude ver o porque. Muitos forçam a ultrapassagem nas retas, forçando os outros a irem para o acostamento.
Passei por Puno sem parar, não era objetivo desta viagem e segui até até o entardecer, que perto de Pomata proporcionou um dos mais belos por do sol na região de montanha, até porque este foi o primeiro dia na cordilheira que não pego chuva a tarde. 
 Por do sol no Titicaca



 
Achei um bom lugar para acampar em uma pedreira as margens do Titicaca, passei a lona por cima da barraca e amarrei bem, pois ventava e loga a chuva viria.
 Local do camping.
Quilometragem do dia: 470 km
Quilometragem acumulada: 11.910 km

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