sábado, 7 de abril de 2018

Dia 6 - 11/12/2017 - De Salta na Argentina a Passo Sico


Sexto dia de viagem

11/12/2017 - De Salta na Argentina a Passo Sico

Tinha combinado com o Tavo de ele me acordar quando levantasse para ir trabalhar, acordei com o barulho de uma moto ligando e quando vi a hora era a hora de ele ir trabalhar, decidiu me deixar dormindo, mas ainda deu tempo de me despedir. Comecei a arrumar as coisas na moto e um temporal desceu, esperei por uma hora e quando deu uma diminuída eu segui para o passo Sico. Começando a subir a cordilheira o frio aumentou e com a chuva a mao começou a gelar, aí fiz valer o investimento dos punhos aquecidos, liguei eles e rapidamente o frio, pelo menos da palma da mao, passou.
A estrada que liga Salta ao passo, logo que começa a cordilheira, está passando por reformas e tem vários trechos de chão, mas uma estrada boa que dá pra andar como se fosse asfalto. 




Conforme fui subindo a chuva foi ficando para trás e a beleza da cordilheira se revelou mais uma vez. Para mim é quando a viagem realmente começa, nem sinto mais cansaço. Nesta região tem formações rochosas parecidas com as de Purmamarca, coloridas, que se estendem por uns 2 km da estrada. Ao longo da estrada corre um pequeno rio e alguns pontos formam-se pastagens ao longo dele com pequenas fazenda cheias de arvores típicas da região, altas e de poucos galhos, que compõem um visual incrível que contrasta com a pobreza do pessoal que mora nesses lugares.

Segui tirando muitas fotos até chegar ao trevo da ruta 40 com a 51 e de lá eu podia ver no alto de umas montanhas, já conhecidas de outra viagem, um temporal com neve e nuvens negras. Era a montanha do Abra Del Acay, pensei comigo: Porque não ir lá pegar uma nevezinha? Olhei no GPS eram 30 km até lá em cima, não pensei duas vezes e rumei pra lá, a estrada estava boa e dava pra manter um bom ritmo, até começar a subir a montanha, aí era sempre variando de segundo e primeira marcha até o topo. Durante a subida começou um granizo fininho que aumentou mais para cima e lá no abra era uma neve rala. A tempestade que eu via lá debaixo começou a ficar mais feia quando eu subia, começou a trovejar  e pouco tempo depois um raio caiu a uns 300 metros de mim, montanha acima, confesso que fiquei com medo, mas continuei a subir. Cheguei lá em cima e o tempo abriu, caia neve com sol e pude fazer boas fotos nossas, digo nossas por o Coldman estava lá comigo. Mas e quem é o Coldman? Coldman é o nome do boneco de neve que fiz sobre o baú da moto, ficou estiloso o bichão.
Eu e o Coldman no Abra del Acay

Comecei a descer a montanha e voltar para a ruta 51 novamente, com o Coldman na garupa, ele aguentou firme lá, parte dele chegou até San Antônio de Los Cobres. Chegando em San Antônio eu tive que tirar ele da garupa para poder abastecer.



Parei para uma foto e ela caiu. 

 Procurei também um borracheiro para trocar os pneus, como ele queria R$16,00 eu não troquei, vou economizar este dinheiro e segui então para o passo Sico, seriam 140 km até a fronteira do Chile por estradas de chão muito bem conservadas e com poucos lugares com areia mais fofa. Conforme me afastava de San Antônio a chuva que vinha logo atrás ia ficando mais pra trás e após o primeiro abra de montanha eu ví que ela não me alcançaria mais e então foi só curtir a paisagem que também é muito bonita nessa região. Como saí de San Antônio já depois das 17 horas eu sabia que ia acampar no meio da estrada e uma opção era tentar chega até a aduana Argentina e acampar por lá, protegido do vento. 



Cheguei na aduana com o sol se pondo e ela já estava fechada. Conversei com o pessoal e pedi um lugar para montar minha barraca e eles me ofereceram uma casa de hospedes, que é utilizada por pessoas que como eu chegaram no passo e vão ter que esperar até o dia seguinte ou por outro motivo qualquer.
Aduana Argentina/Chile

A casa de hospedes tem chuveiro quente, cama com cobertores, cozinha e aquecedor, tudo ótimo se funcionasse, por algum motivo está sem luz e aí nada funciona.


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