Trigésimo dia
04-01-18 De Calama a Paposo
Acordei com o sol saindo e o reloginho batendo. Feito o
serviço, fui desmontar a barraca para seguir para o litoral pela ruta 1. Eu já
tinha passado por esta estrada em 2013, mas não lembrava de quase nada, então
pra mim foi novidade, tanto que fui parando em varias oficinas, nome dado a
minas de extração de salitre, a ruta 25 tem várias delas todas do inicio do
século XX até perto de 1940 e depois abandonadas as cidades e oficinas. Andei
por algumas delas e seus cemitérios. Os cemitérios são uma curiosidade a parte,
em geral com sepultamentos entre 1910 e 1950, tem as cerquinhas e cruzes todas
de madeira que ainda resistem ao tempo e em algumas há placas de bronze com as
datas e alguns dizeres. Fico andando por lá lendo algumas delas. Muitas das
sepulturas estão abertas por ladrões de crânio, nenhuma das abertas tinha
crânio nos caixões e alguns nem ossos tinham mais. Uma curiosidade nos
cemitérios é que geralmente tem uma ou duas sepulturas de criança ainda sendo
cuidada e nessas as pessoas deixam brinquedos, doces e moedas e isto também
ocorre nas casinhas em homenagem as pessoas que morreram em acidentes nas
estradas as de crianças e adolescentes geralmente tem moedas, brinquedos e
doces. Sei lá se é normal isso, mas eu para pra visitar várias dessas, as vezes
tem placas com dizeres bonitos.

La Mano del Desierto
Em virtude dessas paradas o dia não rendeu na estrada,
consegui chegar a Paposo, primeira cidade do litoral que eu cheguei, fica a 50
km de Taltal.
O bom de se viajar sem data pra voltar é que dá pra ir
parando, vendo as coisas com calma, no meu tempo, coisa que nas outras viagens
eu deixei passar por falta de tempo nesta eu estou aproveitando, é outra vibe a
viagem.
Achei uma praia legal a uns 5 km depois de Paposo e montei
minha barraca de frente para o mar, amanhã quero ver se faço render pelo menos
500 km.
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