quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

18° dia Cusco a Marcapata 217km


Dia 6 de janeiro de 2015

         Hoje é dia de começar a voltar, mas não antes de visitar algumas outras ruínas. Como eu tinha planejado para hoje visitar as ruínas que faltavam e procurar onde fazer o seguro em cusco, acordei as 8:25 e fui para o centro de Cusco procurar uma corretora. Fui no balção de informações turísticas e me indicaram 2 lugares. Nos locais foram me informando outros lugares e fui andando de lugar em lugar até encontrar ao escritório da La Positiva, a mesma que eu tinha feito na fronteira e novamente a mesma informação de Urubamba, só pra 30 dias. Decidi continuar procurando outra corretora e caso não achasse iria sem mesmo, contando que a propina que teria que pagar pra polícia seria menor que U$30,00. Rodei por lá até as 11:45 e em todas que eu fui faziam apenas para moto peruana. Depois de tantas negativas e com o seguro vencido decidi tentar a sorte e peguei o caminho pra casa que é pelo Vale Sagrado por aonde ainda visitaria as últimas ruínas, parei em uma lanchonete ainda no centro de cusco que tinha uns preços chamativos e pedi meu prato de R$6,50.
Muito bom, arroz com presunto misturado, aipim, frito, batata recheada com um ovo cozido inteiro e um pimentão a milanesa recheado com carne moída bem apimentada.


Cheguei nas ruínas de Sacsayhuaman, presentei meu bilhete e fui as ruínas, não tinha muita gente lá por ser hora do almoço andei por lá tudo e quando já estava indo embora, eis que chega um grupo de brasileiros com guia. Voltei e acompanhei meio de longe o grupo para pegar as informações  e entender o que eram aquelas ruínas. 




 A praça das armas lá em baixo em Cusco

 O grupo de brasileiros



    Visto o que tinha pra ver fui até a próxima ruína, Tambomachay, esperei um grupo chegar e acompanhei, desta vez um grupo de italianos com guia falando em italiano, entendi pouco do que  o cara falou mas já deu pra ter uma ideia do que era. Para entrar neste sítio custa R$70,00, não vale a pena se for pra ver somente ele, por isso vale a pena pegar o ticket para todos que custa R$130,00 e você tem 10 dias para usar ele.





      Feitas as visitas que faltavam segui em direção a Urcos e peguei a Estrada do Pacífico que me leva de volta ao Brasil. É uma estrada muito bonita cortando a cordilheira levando algumas vezes acima dos 4000 metros. Sai com com tempo nublado, como em todo o tempo que estive em Cusco e região, sabendo que logo pegaria uma chuva, já me "encapei" e continuei pela bela estrada.
Belo visual do início, pelo menos pra mim, da Estrada do Pacífico



        Chegando perto do ponto mais alto da travessia a chuva que já me acompanhava por uns 50km virou neve em virtude do frio. Eu com preguiça de colocar a luva chequei até aqui com os dedos dormentes de frio e os pés também, porém quando começou a neve até esqueci o frio, estava nevando forte, bem diferente do que estava no Cristo Redentor, registrei o momento e comecei a descida, que é linda, mas com todo cuidado, pois a pista poderia estar com gelo e o tombo seria certo, e a viseira levantada fazendo estalactites de gelo.

E olha a neve se acumulando na capa

       Continuei descendo e vi um restaurante que servia truta frita, parei pra ver se anda serviriam, pois já era tarde, e não servia mais. A ideia era mais me aquecer que a fome. Continuei descendo e a chuva acabou e eu não acabava de descer, a temperatura já ficou bem melhor e o frio passou.

        No fim da tarde ao longe podia ser visto os picos nevados das montanhas, era a última vez que eu veria a neve na viajem.

Já quase anoitecendo acampei na beira do rio que acompanha a estrada, já eram 18:25 quando eu parei com 217km rodados no dia.



17° dia Huiro a Cusco 247km


Dia 5 de janeiro de 2015

       Saí do hotel as 6:00 já que estava chovendo forte até este horário, esperei um pouco porque os locais onde a água passa por cima da rodovia poderia ter muita água. Comecei a subir a serra e ver o que não tinha visto no dia anterior que eu tinha passado no escuro por ali. Paisagens muito lindas, muitas curvas fechadas e construções Inca ao lado da estrada.



 Uma das várias passagens de água sobre a rodovia



Muro Inca 

      Cheguei em Ollantaytambo com chuva e perto do meio dia com a moto piscando a reserva a tempo. Parei em uma banca que fazia câmbio para trocar U$50,00 pois já não tinha mais soles e quando vou ligar a moto ela não pegou, tinha acabado a gasolina. O jeito foi desamarrar o galão e abastecer debaixo de chuva mesmo, já que ali não tinha posto por perto. Depois disso fui visitar as ruínas dos Incas que ficam na cidade, debaixo de chuva vestido com a capa, botas e capacete.










       Depois de visitar as ruínas procurei um restaurante para almoçar. Achei um preço legal e comida boa por R$10,00.

De entrada uma sopinha da galinha.




Vista do vale sagrado

 Moray


 Salinas de Maras



      Depois de visitar as salinas de Maras fui a Urubamba tentar renovar o meu seguro SOAT que vencia hoje, o único representante que vendia o seguro me disse que vendia apenas para 30 dias e que custaria U$30,00, sendo da mesma seguradora que fiz quando entrei no Peru, não aceitei e ela disse que eu poderia tentar em Cusco, deixei para amanhã ver lá.


       Aproveitei para trocar o óleo que já estava com 8000km rodados, em uma concessionária Honda por R$25,00. Eu tinha levado um litro junto, mas tive que ir completando na viajem e não tinha mais 800ml no litro.
       Com o óleo trocado fui em direção a Cusco e acampei as margens da rodovia em uma plantação de eucalipto.

     Neste dia rodei 247km até as 18:00.







16° dia Huiro a Huiro 96km


Dia 4 de janeiro de 2015

       As 9:00 eu já estava na estrada para o tão sonhado dia que marcaria a viajem, conhecer Machu Picchu, andei uns 10km e começou a estrada de barro que leva a Santa Tereza, uma estradinha que não deve nada pra estrada da morte da Bolívia, cortando uma montanha e com um precipício enorme do lado e com espaço para um veículo por vez, depois de vendos os 24km até Santa Teresa, parei e me informei como chegar a hidroelétrica e comprar água, depois segui por mais uns 10km de estrada de barro até a hidroelétrica, onde deixei a moto e comecei minha jornada.
 Estrada antes de Santa Tereza

 Chegando a hidroelétrica



          O previsto é de duas horas de caminhada, 11km, para um sedentário como eu é bastante mas a vontade é maior. Comecei a caminha e não encontrei ninguém indo pra lá, somente gente voltando, pensei que eu estava muito atrasado porque li que as pessoas pegavam o caminho bem cedo, depois de um tempo andando passei por um gordinho ofegante e mancando e sua mulher, não sei se chegaram lá, mais a frente passei outra pessoa e só até chegar a Águas Calientes, chegar lá foi muito bom, marcava 8° e eu esgava com a camisa molhada de suor, bebi quase um litro de água.






           Fui a bilheteria comprar a entrada e tentei usar minha carteirinha de estudante para ganhar o desconto na entrada, mas diferente do Chile que aceitava, aqui somente a carteirinha de estudante internacional, assim minha entrada custou o equivalente a R$128,00 e ainda tinha o ônibus que leva até lá em cima que custou mais U$19,00. Eu podia subir a pé por uma escaria de degraus infinitos, mas já estava cansado e ainda teria a volta então o ônibus foi a solução.



        Chegando na entrada de Machu Picchu depois de pagar R$128,00 pela entrada ainda tive que pagar mais R$1,00 para ir ao banheiro, depois deste roubo segui para conhecer a cidade perdida dos Incas, entrei e fiquei esperando por algum grupo com guia turístico que falasse espanhol para poder acompanhar eles e aprender um pouco mais sobre o lugar. Depois de uns 10 minutos de espera apareceu um grupo e comecei acompanhar eles meio que de longe meio disfarçando pra não ficar tão na cara do guia, andei com eles um pouco e depois de uma meia hora fui andar "solo" por lá e tirar as fotos:


Placa onde a Sociedade Americana de engenharia civíl reconhece o trabalho feito pelos Incas.

 Dispensa legandas






 Só pra ter uma idéia do tamanho das pedras que os caras trabalharam.

 Pedra imitando o relevo das montanhas de Machu Picchu

Observatório astronômico 



 Lá embaixo passa o trilho por onde passei.

Filinha para pegar o ônibus para descer.

         Falei com o motorista e ele me deixou um pouco antes da cidade o que me fez economizar uns 500 metros de caminhada, segui pelos trilhos e desta vez tinha muita gente vindo no sentido contrário para dormir em Águas Calientes para cedo subir, muita gente de muitos lugares em sua maioria mochileiros, pois este é o meio mais barato de se chegar a Machu Picchu. Conforme eu ia avançando ia vendo muita gente descansando sentado nos trilhos, algumas moças com cara de que estavam desistindo e arrependidas de terem iniciado a caminhada, outros com mochilas gigantes, coisa de maluco.
 O trem de passageiros que leva o pessoal para Machu Picchu



       Já quebrado de mais ou menos uns 25km andados no dia, fiquei muito feliz em pegar a moto e seguir pela estrada de barro esburacada.

 Incrível cachoeira que brota no meia da montanha

         Novamente anoiteceu e eu não achei onde acampar, eu estava na estrada de chão a caminho de Santa Maria e não tive outra escolha a não ser parar no hotel onde eu tinha ficado na noite anterior, porém desta vez o senhor que tinha me atendido no dia anterior estava bebendo em frente ao hotel e pediu pra mulher dele me atender e ela falou que faria por R$15,00 a diária, nem discuti com ela, paguei e fui pro quarto, o mesmo do dia anterior. Chegando do quarto vi que nem tinham arrumado a cama, dormi novamente no meu saco de dormir. Eram 18:00 horas quando cheguei no hotel.
           Este dia rodei 96km de moto, 20km de ônibus e uns 25km a pé.