quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

26° e 27° dia San Juan

26° dia - dia 5 de janeiro de 2016 


          Cheguei no hospital a tarde conversando com o Samuel ele falou que na noite anterior sentiu muitas dores na perna e depois de um bom tempo apareceu alguém para colocar um analgésico e em função deste analgésico foram obrigados a colocar uma sonda uretral novamente, pois ele não conseguia urinar, e estava com febre quando eu cheguei lá. Pensei que seria possível que ele não receberia alta no dia seguinte. Fiquei ali por algumas horas e voltei pra casa.


27° dia - dia 6 de janeiro de 2016


         Dia marcado para a alta, fui ao hospital e o Samuel já estava melhor, sem febre e sem dor, tinham retirado a sonda e estavam apenas esperando acabar a edição que estava nos soros que ele ainda estava recebendo para dar alta. Lá pelas 17:00 horas chegou o Roberth, irmão dele, então fui comprar a muleta e os remédio que o médico tinha passado e voltei lá. O Roberth tinha que ir comigo na casa do Cristian pegar a moto e íamos dormir lá também. Fomos então para lá.
         Chegamos lá e o Cristian não estava, o irmão dele abriu a porta do quarto onde estava a moto, pegamos a moto e começamos a desmontar para que coubesse dentro do Passat, tiramos as bengalas, rodas e rabeta e colocamos a moto dentro do carro.


O Roberth mostrando ao Aníbal os caminhos que ele tinha feito até chegar ali.

Com a moto já devidamente guardada lá dentro um registro da viatura de resgate.

          Montamos a barraca do Samuel ao lado da minha e fomos dormir. No meio da noite começou um vento acompanhado de chuva, como a já tinha alagado o lugar onde estávamos acampados uns dias antes, pegamos as barracas e colocamos no quarto onde estava a moto e assim dormirmos tranquilos.
 
      

21° ao 25° dia - Em San Juan-Argentina

21° dia 31 de dezembro de 2015


          Hoje é o dia da virada, nas duas últimas viradas eu passei em minha barraca comendo batata frita e tomando água, em El Alto na Bolívia e  em San Pedro de Atacama no Chile, esta ano seria diferente, mesmo longe de casa eu estaria em uma família que me recebeu como se fosse de sua família. A família do Cristian faz a ceia na virada e fui convidado.
           Como eu tinha ido dormir tarde no dia anterior acabei acordando já passava das 13:00 horas, comi alguma coisa e fui à  pracinha falar com minha família e depois fui ao hospital, fiquei lá até a noite e voltei para a casa do Cristian, chegando lá o senhor Alfredo já estava queimando a lenha para fazer o assado. Sentamos lá e enquanto queimava a lenha levamos um papo legal sobre suas experiência e aspirações, me contou que estava vendendo aquele terreno e que pretende comprar uma camionete e começar a viajar, pois ele adora viajar e a saúde já não permite mais que ele faça de moto como ele gostaria. Depois do braseiro pronto ele colocou os frangos na grelha e continuamos a boa conversa até terminar de assar os frangos então foi a vez dos filés, enquanto isso a sua esposa preparava o restante da ceia que consiste em pan de miga com queijo e embutido, salada de frutas e outras coisas mais.
            Perto da meia noite a mesa foi posta e fomos para a mesa faltando 5 minutos para a meia noite, enchemos os copos e aguardamos a virada ouvindo um programa de radio local que fazia a contagem regressiva. As 0:00 horas, brindamos e fizemos os cumprimentos e então ceiamos.
            O senhor Alfredo me presenteou com um kit tenedor, que é um garfo de churrasco e uma faca. perto das 1:00 horas fui dormir, pois estava bem cansado.
          Este dia ficará marcado pra sempre em mim, foi muito bom ter compartilhado com eles esta virada de ano.


22° dia 1 de janeiro de 2016


           Acordei, comi algo e fui dar uma lavada na moto para anunciar ela e tentar vender por até uns 8000 pesos para não ter que levar de volta ao Brasil, seria para reposição de peças pois ela não poderia rodar na Argentina. Tirei as fotos e depois eu e o Cristian fomos doar sangue, pois tinham pedido duas bolsas para fazer a cirurgia do Samuel, chegamos lá, demos nossos documentos e ficamos aguardando, enquanto isso eu ia lendo um folder onde dizia o que excluiria a pessoa da doação de sangue e entre as coisas lá escritas estava uma coisa absurda, a meu ver, que não seria aceita no Brasil, dizia que se o doador tivesse tido relação homossexual, mesmo que apenas uma vez na vida ele não poderia doar sangue. Não que eu seja simpatizante da causa, mas acho errado este tipo de discriminação, tem muito homossexual limpo, que se cuida muito mais que homens e mulheres heterossexual, por isso acho que não deviam ser excluídos, se fosse no Brasil ia dar o maior bafafa uma coisa dessas. Depois de esperar uma meia hora o atendente me chamou  e falou que eu nao poderia doar sangue porque ele não podia entrar no sistema um documento que não fosse argentino. Fiquei contente e fiquei triste por isso, mas tentei. Depois chamaram o Cristian e ele foi doar. Após a doação fomos ao hospital, o Cristian queria agradecer ao Samuel por ele ter dado um dos pares de alforjes e ver como ele estava. Conversamos sobre a possibilidade de vender a moto lá e o Cristian falou que lá uma CG roubada poderia ser comprada por 3000 pesos, então desistimos de tentar vender, pois seria difícil. Ficamos lá um pouco e depois o Cristian teve que ir embora, eu fiquei lá até anoitecer e depois voltei para casa.


E não estragou quase nada.


23° e 24° dias


          Apenas fui a praça usar o wi-fi e após ia ao hospital e voltava para casa.


25° dia - 4 de janeiro de 2016


         Dia da cirurgia, como já sabia que a cirurgia seria pela manhã eu só fui para o centro a tarde, fui para a pracinhas lá pelas 15:00 horas fiquei lá até umas 18:00 horas e depois segui para o hospital. Cheguei lá e o Samuel já estava no quarto, agora já sem os pesos pendurados, tinham feito a cirurgia e correu tudo bem.
          O Samuel já tinha combinado com o irmão dele para ele vir buscar o Samuel e a moto com o Passat 84 dele, outra aventura. Achei meio perigoso, pois a moto teria que ir dentro do habitáculo do carro e em caso de acidente poderia ser fatal para os dois mesmo em baixa velocidade, mas eles acham que dá então é um risco que assumem. 
           O Samuel teria alta na quarta e o Robeth, irmão dele, chegaria no mesmo dia.