segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

19º dia de Paracas a Lima 295 km

19º dia
25 de dezembro de 2016

Como combinado cheguei na agência as 7:45 da manhã, fomos ao atracadouro e lá aguardamos pelas outras pessoas que também iriam no barco. Eu era o primeiro da fila, o que me permitiu escolher o melhor lugar no barco. Partimos para visitar o candelabro de Paracas que ficava a 15 minutos dali. O candelabro de Paracas não tem uma idade definida e portanto não se sabe quem o fez. Ele consiste de valas com um metro de profundidade escavadas em uma encosta desértica a beira do oceano. Como Paracas tem uma média de chuva de menos de 5 mm anuais este geóglifo ficou preservado até os dias atuais. Existem muitas teorias sobre quem pode ter feito ele, porém nada que possa ser provado. Estas teorias vão desde piratas até alienígenas. A visão do candelabro é realmente impressionante.



Candelabro de Paracas


Em seguida nos dirigimos para as ilhas Ballestas, distante meia hora do candelabro. No caminho podemos observar lobos marinhos e golfinhos nadando perto do barco. Andamos em volta de algumas das ilhas de uma beleza sem igual, com vários arcos de pedra, cavernas que formam túneis e praias onde os lobos marinhos vem se reproduzir. A fauna do local é abundante. O local é área de migração de várias espécies que vem atrás de águas mais quentes. Avistamos várias especies de aves, entre elas: Albatrozes, pinguins, cormorões, pelicanos e outras aves de menor porte. Estas aves fizeram destas ilhas uma fonte de riqueza para o Peru no passado, onde as fezes dos pássaros recolhidas nas ilhas representavam mais de 50 % de todas as exportações do país. O guia enfatizou que a melhor merda do mundo é dos peruanos. As fezes recolhidas lá são ricas em nitrogênio e outros elementos, elas são ótimos fertilizantes. O passeio seguiu até bem próximo das praias onde os lobos marinhos mantém seus arens, também entramos em uma caverna com o barco. Em volta das ilhas ficamos por uma hora e depois voltamos para a terra. O passeio custa 35 soles, R$35,00, vale cada centavo. Além deste passeio e da praia na cidade de Paracas a região reserva outros passeio pelo mar e também outras belas praias para aqueles que tem mais tempo, não era o meu caso.



Abaixo uma sequência de fotos das Ilhas Ballestas

















Fui até o hostel pegar a moto e segui para Lima, já eram 11:30 quando deixei Paracas. Entre Paracas e Lima é possível perceber a grande desigualdade social do país. Até 100 km antes da capital existem muitas casinhas simples no meio do deserto e mesmo as cidades pequenas são como algumas favelas que temos por aqui, já perto da capital começam as praias particulares com condomínios fechados de alto padrão e do outro lado da rodovia as casinhas simples no deserto sem luz nem água, muitas delas já abandonadas.
Perto de Lima tem alguns balneário muito bonitos com praias paradisíacas, passei por elas era perto das 17 horas e as praias ainda estavam cheias. Destacam-se entre elas as praias de Ásia, Punta Hermosa e San Bartolo.
Monumento em Paracas

Mar de Paracas

Um dos condomínios de luxo perto de lima

Lima

 Cristo del Pacífico


Vista desde o morro das antenas


Cheguei em Lima já passava das 18 horas, vi vários hotéis com placas indicando 15, 20 e 25 soles. Parei em alguns para ver, já que eu ia ficar na cidade e seria difícil um lugar de camping. Os valores eram para 4 horas, até achei um que me fazia 20 pra eu ficar até as 7 da manha do dia seguinte, mas como continuei procurando, depois não achei mais o hotel. Estes hotéis são na verdade motéis, hostel mesmo eu encontraria somente mais ao centro de Lima. Olhei os mapas tentando achar um local que fosse possível acampar e vi que tinha uma rua beirando o mar perto do morro onde ficam as antenas de TV da cidade, fui tá o moro. Lá fui até a estatua do Cristo del Pacífico. Com 37 metros de altura o Cristo del Pacífico foi inspirado no Cristo Redentor e construído em 2011 pela Odebrecht como um presente ao Peru por ter a maior parte dos contratos de obras da gestão de Alan García Pérez sob seu comando. De lá subi até as antenas para ver se achava um lugar pra acampar lá em cima. Achei, porém como eu ligo e desligo a moto com relés por controle remoto e lá em cima tem muitas onda de radio e TV elas causaram interferência com o controle e não conseguia desligar a moto. O sol estava se pondo e eu sem lugar pra dormir. Comecei a olhar lá de cima a procura de algum lugar possível lá em baixo. Vi uma praia que fica atrás de um morro, um pouco mais retirada do centro e me dirigi pra lá. A praia tem vários bares e casas noturnas muito badaladas, o movimento era intenso no local, porém poucos metros depois sem movimento algum, pois a estrada acabava 500 metros adiante. Não achei seguro acampar lá, pois tinham alguns veículos e o cheiro de maconha no local era forte, voltei e vi uma ruazinha de terra indo em direção a montanha e depois esta ruazinha virava em um trilho por onde o pessoal praticava downhill com bike. Subi parte desta trilha e achei um lugar plano e longe da vista de quem passava na rua. Montei a barraca ali mesmo e fui dormir ouvindo o som que vinha das casas noturnas ali perto. Fiquei ouvindo salsa até dormir.
Camping com vista para o Cristo

Quilometragem do dia: 295km
Quilometragem acumulada: 6575 km

18º dia de Palpa a Paracas 230 km

18º dia
24 de dezembro de 2016
Trajeto do dia

Antes das 7 da manhã eu já estava na estrada, tinha dois passeios que eu queria fazer e o segundo dependia de eu chegar cedo em Paracas, então levantei cedo.
Minha primeira parada foi na cidade perdida de Huayuri. Huayuri foi uma cidade de 5000 habitantes, construída com pedras assentadas com argila e sua ocupação ocorreu entre os anos 1100 e 1476. Era uma cidade completa, com templos, comercio, áreas administrativas e residênciais. Para chegar nesta cidade é necessário sair da carretera Panamericana 5 km por uma estradinha de terra, como cheguei cedo não tinha ninguem lá para cobrar a entrada que custava 5 soles, R$5,00.
Antiga carretera Panamericana

Huarango milenar

Abaixo fotas da cidade perdida de Huayuri



Acampei perto de Ica, portanto cheguei cedo no oásis de Huacachina, mas isso também era um problema. Fui procurar os bugueiros para fazer o passeio e como já era de se esperar ainda não tinham pessoas suficientes para encher um bugue. Os bugues de lá são grandes, alguns cabem mais de 10 pessoas, tem motor V8 e o chassi deve ser de camionete. Paguei 30 Soles, R$30,00, pelo passeio e fiquei aguardando por outras pessoas para fechar a lotação do bugue. Fiquei lá por cerca de uma hora. Aproveitei pra puxar um papo com um dos agenciadores e falar sobre o país, politica e a polícia de lá. Como no Brasil também existe muita corrupção lá, o salário minimo é parecido, porém o custo de vida é bem mais baixo. O cara com quem eu conversava ganhava 50 soles por dia para trabalhar lá, ele disse que ganhava bem. Apareceu um policial de trânsito e entrou na conversa, aí não pude deixar de perguntar porque tinha tantos veículos irregulares lá e pouco se usava o capacete. Ele me explicou que lá apenas a polícia de transito pode multar ou apreender um veículo e que ainda existe muito aquela história de dizer: "Sou amigo de fulano."
Chegou a hora de entrar no bugue e ir para as dunas. Pense num negócio doido, melhor que montanha russa. Fomos até o alto de umas dunas com o vêoitão berrando e de lá descíamos, algumas com mais de 50 metros de altura, com aquele friozinho gostoso na barriga. Certamente o dinheiro mais bem gasto na viagem até ali. Na volta paramos logo acima do oásis para apreciar a beleza. O passeio dura quase 2 horas e vale cada centavo.









Abaixo fotos do Oásis de Huacachina




De volta ao oásis dei uma volta pelo lago, já era meio dia e em Ica parei para almoçar. Segui para Paracas, cheguei lá eram quase 16 horas. Parei em uma agência para ver se ainda tinham saídas para o passeio nas ilhas Ballestas e a agente me falou que as partidas ocorrem em dois horários pela manhã. Reservei então no primeiro horário que partia as 8 horas. Fui então procurar um hostel, achei um a uma quadra do mar com garagem e wifi por 20 soles, R$20,00. Ótimo preço pelo lugar, era véspera de natal e eu merecia um pouco de conforto depois de uma semana de uma viagem até ali cansativa em função das estradas ruins e perrengues que passei. Fui comprar alguma coisa para a ceia de natal, depois deixei a moto no hotel e fui dar uma volta na praia, que por sinal é bonita e movimentada.
Garagem do hostel

Praia de Paracas


Cachorrinho bunitinhu...


Não esperei a meia noite pra jantar. Tomei banho, comi e antes das 21 horas eu já estava na cama.
Quilometragem do dia: 230km


Quilometragem acumulada: 6280 km