domingo, 8 de abril de 2018

Dia 13 - 17/12/2017 De Cerro Gigante a Villoco


Decimo terceiro dia de viagem
17/12/2017 De Cerro Gigante a Villoco
Pela manhã fazia -4 graus e chovia leve, fiquei no saco de dormir até umas 10 da manhã esperando a chuva passar e nada de ela passar. Decidi então levantar e consertar o colchão inflável que tinha furado por ter ficado sovando no baú e lá pelas 11 horas a chuva parou, mas nada de ver o sol sobre a laguna e muito menos o glaciar.
Neste dia a moto ligou, mas ficou falhando um monte e saindo fumaça preta, estava dando excesso de combustível, talvez por ter decantado alguma coisa que estava misturada no combustível, deixei ligada por um tempo até que estabilizou e depois de tudo guardado pude sair.
Desci da montanha e fui seguindo pela estrada até passar por umas lagunas aos pés do Cerro Gigante na cordilheira Quimsa Cruz e segui para o abra de montanha mais alto que eu tinha passado até então a 5.145 metros, o abra Quimsa Cruz. 









Passo da cordilheira Quinza Cruz

Lá eu fui procurar a cachaça que o Alexandre J. Vicente tinha deixado quando buscou a placa do Rigon Roch, mas não estava mais lá, em compensação do outro lado da estrada tinham 2 garrafas de cerveja Paceña, duas long neck e um latinha também de Paceña, deixei lá, mas uma garrafa de cachaça com 96% de álcool eu peguei, vai que falta gasolina uma hora. Fiquei um tempo lá de descansando e comendo uns chocolate e mangas e logo começou uma neve fininha e uma neblina veio do lado norte. Coloquei a capa de chuva e comecei a descer e logo comecei a ver mais uma grande laguna aos pés de outro cerro nevado, que em virtude do mal tempo se via apenas o inicio do glaciar. Cheguei em Viloco, uma cidadezinha mineira onde é extraído estanho, cobre e prata, muito confusa e demorei um pouco para conseguir sair da cidade. Lá procurei um lugar para trocar os pneus, pois estava frio e eu estava com preguiça de trocar, não encontrei ninguém para fazer o serviço. De Viloco saí por uma estrada já desativada, utilizada apenas por mineiros, tem até mato no meio da estrada e não é mais feita manutenção. Passando por um local onde haviam mineiros parei pra ver o que eles mineravam e era o mesmo que em Viloco, me perguntaram para onde eu ia e falei que ia para La Paz por estradas secundárias, eles então me desejara um “bom Dakar”, pois as estradas não seriam boas e era um verdadeiro rallye.
Cordilheira Illimani ao fundo.


Segui até o fim da tarde me guiando pelos pontos no GPS sempre passando perto de cerros nevados e vendo apenas o início dos glaciares e ao final da tarde em um Pueblo parei para abastecer e segui, mas no caminho errado, pois eu deveria ter pego a esquerda e segui em frente por uns 10 km até perceber o erro e também que o pneu traseiro estava vazando.
 Antes de retornar parei e fui encher o pneu com uma bomba manual e o vento derrubou a moto, ralando o baú traseiro, terminei de encher o pneu com ela deitada mesmo e voltei para pegar o caminho certo, cheguei no cruzamento onde voltei para o caminho e ao lado de uma ponte, já no escuro achei um lugar para acampar. Montei no escuro mesmo em  um bom lugar e só me joguei pra dentro da barraca e dormi, foi um dia cansativo e estressante por saber que estava passando ao lado daqueles cerros nevados e não poder ver, mas em partes eu já sabia que aconteceria isso, pois dezembro é época de chuvas e o teto fica baixo, logo não se vê sempre a montanha inteira limpa como no dia anterior.
  


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