domingo, 8 de abril de 2018

Dia 22 - 28/12/2017 de Juliaca a Imata


Vigésimo segundo dia.
 28/12/2017 de Juliaca a Imata
Fui montar as coisas na moto e senti a falta de uma sacolinha com os brinquedos que eu tinha comprado em La Paz, pensei ter esquecido na oficina, já que dentro do baú estava a câmera digital que vale mais de R$1.000,00, quem ia roubar só os brinquedos e não a câmera? Como tinha tirado tudo de dentro do bau na oficina achei que pudesse ter esquecido lá. Voltei na oficina e não estava lá, não sei se acharam na oficina e não quiseram entregar ou tinha um ladrão burro no hotel.
Decidi tentar chegar em La Rinconada com a moto daquele jeito mesmo. Saí de Juliaca com o tempo bom, mas com várias chuvas pelos cantos e uns 30 km depois pego uma delas e mais 10 km pra frente reduzo pra entrar numa ponte com uma via só e a moto começa a falhar e morre no meio dela, empurrei até a cabeceira tento fazer pegar e ela liga, mas ao engatar a marcha ela morre. Fiquei segurando o acelerador nuns 30% por um tempo e tentei engatar e foi. Consegui andar com ela, mas se tivesse que reduzir ela começava a falhar, eu estava voltando pra Juliaca, desse jeito não dava pra tentar chegar em La Rinconada, decidi que ia tentar voltar até Juliaca e ver o que faria por lá.

 No começo da cidade parei para esquentar as mão e ouvi um barulho de faísca no motor, fui ver de perto e saia faísca do cachimbo da vela para o moto. Estava explicado o porque de a moto estar falhando, ainda mais na chuva. Fui até uma oficina Yamaha e comprei um cachimbo original Honda novo. Não falhou mais, mas continua sem potência. Resolvi então ir para Arequipa e arrumar lá a moto.
Saí de Juliaca passava das 16 horas, não daria pra chegar lá naquele dia, eram 200 e poucos quilômetros. A estrada é sem graça até chegar na cordilheira, quando nos picos se vê a neve dos últimos dias e também uma laguna grande, a 4400 metros, com várias pequenas ilhas. Já perto do fim da tarde e ainda chovendo passei por uma parte onde choveu granizo, tinha uns 5 cm acumulado no acostamento, era uma faixa de 1 km onde passou nuvem que deixou tudo branquinho, montanhas e planícies, que rendeu ótimas fotos.







No meio do deserto avistei um povoado abandonado as margens da rodovia e fui lá ver se daria pra acampar e achei um lugar perfeito dentro de uma pequena igreja. É uma cidadezinha que nasceu em função da ferrovia, a igreja data de 1948 e no cemitério a lápide mais velha que se pode ler é de 1955 com a mais recente de 2016, alguém ainda usa aquele cemitério, mas na cidade ninguém mora. Montei minha barraca dentro da igreja, protegido do vento e da chuva, mas do frio não, estava a 4400 metros de altitude e a noite baixou de -2 graus o frio.




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