Vigésimo oitavo dia
2/01/2018 De Lirima a Salar de Ascotan
Como o previsto a noite foi muito fria, marcava -7 graus
dentro da barraca pela manhã e fora marcou -13 graus. Estava tudo congelado, a
moto, barraca e a água. Tive que esperar descongelar a barraca para poder
guarda-la. Não passei frio, mas usei tudo que tinha.
Depois de pegar a estrada o gelo ainda ficou no painel da
moto por uns 50 km e eu andando com o macacão de pantera e jaqueta.
A estrada A97B que liga Colchane a Ollague, até a mina
Collahuasi alterna entre asfalto e pista de barro, porem muito bem cuidada e
sem grandes atrativos, exceto pelo salar de Huasco, alguns vales e picos ainda
nevados para se ver. Da mina até Ollague a estrada, se é que se pode chamar é
bastante mal cuidada, com muitas costelas de vacas, pedras e partes com bolsas
de areia e vários desvios para o deserto em busca de um piso melhor. Deve ser
por conta do transito dos caminhões da mina. A mina é uma mina de cobre e ouro no meio da cordilheira, tem um lago de
rejeitos azul.
Um pouco depois da mina tem uma cidade abandonada, Yuma é o
nome, fica a 4401 metros de altitude e aparentemente era utilizada para para
tratamento de algum minério, tinha até estação de trens por lá para buscar o
que era tratado lá.
Salar de Huasco
Salar de Coposa
Represa de rejeitos da mineração do cobre
Desta cidade até Ollague a estrada fica um pouquinho pior,
com bastante areão e estrada por cima de laje de pedras e péssimas condições e
para ajudar o vento aumentava e quando pegava de lado quando tinham costelas de
vaca a coisa ficava perigosa, mas consegui chegar à Ollague a salvo e fui
buscar por gasolina, pois já estava na reserva. A Biz tá fazendo uma média bem
ruim ultimamente, no tanque anterior fez 24 de média e neste fez 30. Consegui
comprar 11 litros pagando R$8,82 o litro, caro, mas era o que tinha. Enquanto
abastecia chegou um senhor e sua esposa do RS com uma GS 1200, indo para Uyuni
e também procurando por gasolina, fez as contas e colocou só o suficiente para
chegar em San Cristobal, não é só quem anda de Biz que faz contas para
economizar.
Voltei para a estrada, agora pelo asfalto até a saída depois
do salar de Ascotan, peguei a estradinha que tinha planejado e segui por uns 5
km até que ela começa a subir um encosta e com muita “brita” fininha,
impossível de uma moto passar por lá de boa, quem sabe uma de rallye
conseguisse, resolvi voltar, já era final de tarde e antes de chegar no asfalto
montei minha barraca ao lado de um morro, mais ou menos protegida do vento.
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