Décimo quarto dia de viagem
18/12/2017 De Villoco a La Paz
Acordei cedo neste dia e fui logo arrumando as coisas e
deixei a barraca e o sobre-teto secando enquanto eu trocava os pneus, pois no
dia anterior eu tinha pego uns lugares com estrada molhada e escorregadia e
também o pneu traseiro estava vazando, levei um tempo até terminar de trocar os
pneus. Quando eu estava terminando de guardar as coisas para um cara com uma
moto ano lado, eu tinha acampado ao lado de uma estradinha que costeava o rio,
me cumprimentou e eu fui lavar as mãos no rio ele me parou e fez as perguntas
que sempre fazem: De onde és? Pra onde vai? Qual as finalidade da viagem? Respondi
como sempre e fui para o rio lavar as mão e enquanto isso chega mais um cara e
começam a observar a moto e o tripé que estava lá fazendo um time-lapse e
quando eu volto me perguntam seu eu estava procurando algum mineral por lá.
Acharam que o tripé poderia ser alguma sonda ou algo do tipo, falei que não que
estava de férias e apenas viajando e que aquilo no tripé era uma filmadora, não
acreditaram muito, falaram que eram mineiros e que mais abaixo no rio mineravam
ouro. Se despediram e foram embora e eu também tratei de vazar de lá.
Outro dia com o teto baixo, na faixa dos 4000 metros e os
picos nevados encobertos, seria o dia que eu passaria por uma estrada
abandonada aos pés do Nevado Illimani, mas como não podia ver nada mesmo decidi
deixar de lado e pegar uma estrada um pouco mais conservada e tentar chegar em
La Paz neste dia. Perto do meio dia parei em uma pequena vila e fui me informar
onde teria combustível e um senhor me mostrou uma casa onde teria um carro na
frente, fui até lá e tinha um cara saindo, de cara vi que estava bêbado,
perguntei se ele tinha gasolina pra vender e falando umas coisas sem eu
entender, pois bêbado falando espanhol é difícil de entender qualquer coisas,
pegou no meu braço com força e foi me arrastando para dentro da casa, falando
que na Bolivia eles eram assim que gostavam dos gringos e eu dizendo pra ele me
soltar e chegando a outa casa dentro do terreno e ele não desgrudava de mim e
eu não querendo ser rude e arrumar briga fui deixando ele me levar ao chegar na
porta desta outra casa sai um outro cara bêbado com o pinto de fora pra mijar
ali mesmo e pergunta de onde ele tinha achado este gringo e em seguida sai
outro cara já fazendo o mesmo e quase mija nos meus pés, alí foi o limite,
puxei o meu braço com força e saí de lá. Quando eu saia da casa a pessoa que
tinha me indicado aquela casa falou que era a do lado. Então comprei a gasolina
e segui.
Cheguei pelas 15 horas em Palca, passei pelo Cânion de
Palca, que é muito bonito e segui para La
Paz e logo quando chego no asfalto e olho para o Illimani eles estava
saindo de trás das nuvens, se eu tivesse pego aquela estradinha abandonada
talvez eu tivesse tido a sorte de ver o nevado quase que completamente aberto.
Uma pena, mas tenho motivos para outra viagem nesta região, desta vez em uma
época melhor, setembro talvez.
Cheguei em La Paz e fui procurar um hostel, pois precisava
atualizar a família e fazer uma manutenção na moto que estava com um vazamento
na bengala. Rodei o centro da cidade atrás de um hostel barato e achei por 35
bolivianos, porém sem wifi e os que
tinha estavam por 80 e não tinham garagem, já desistindo e indo para um de 80
eu olho para o lado e vejo a placa de um hostel bonito bem arrumado, pergunto o
valor e era 62 bolivianos com banheiro no quarto, wifi, banho quente e quarto
bom com boa cama. Perfeito pra mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário