Décimo primeiro dia.
15/12/2017 de Uyuni a Machacamarca
Saí do hotel as 11 horas em direção a Oruro, desta rodovia
conhecia apenas 20 km e ela se mostrou muito mais bonita que eu esperava.
Apesar de não subir montanhas ela serpenteia por entre elas e mostra a cada
curva uma paisagem diferente. Tem áreas desérticas com cores vibrantes, com
vegetação e sem vegetação, passa por alagados onde o verde cresce e as vicunhas
e llamas vem beber água e também por jardins de pedra com formatos
interessantes e em uma parte em especial fez lembrar os documentários que
assisti sobre a África quando passei por uma área de planície com vegetação
rasteira e rala que mal estampava de verde o chão, nesta vasta área várias
vicunhas pastando por todos os lados, deu a impressão de um ambiente intocado,
exceto pela estrada e quem passa por ela.
Passei também por várias cidadezinhas e vilas onde a pobreza
impera, mas uma coisa me deixa curioso, é o fato de em muitas destas pequenas
fazendas com casa feitas de barro e teto de palha ter pick-ups nos pátios,
sendo que as pessoas vivem apenas do pastoreio de llamas, carneiros e da
plantação de pouca coisa que cresce no deserto.
Mais pra frente comecei a avista uma planície que criava
miragem de um espelho no solo, era o lago Popoó ou que era o lago. Este lago
sofreu com o aquecimento global e secou totalmente em 2016. Ele era o segundo
maior lago da Bolívia com a superfície variando entre 1350 e 2500 km² na época
de chuvas e até 3 metros de profundida. Fora sua bacia ele ainda recebia água
do lago Titicaca. Entrei em uma estradinha que saia da rodovia e ia em direção
ao lago e depois de uns quilômetros cheguei ao leito seco que hoje serve para o
pastoreio de llamas, vacas e ovelhas. Lá conversei com um pastor que me mostrou
até onde ia o lago quando ele ainda era pequeno. Rodei uns 20 quilômetros
dentro dele até sair na cidade de Challapata.
Chullpa, urna funerária Inca
Lago Popoo
Ao lado do cemitério
Voltei então para a rodovia que segue para Oruro, sempre
margeando o Popoó e logo margeando outro
lago também seco e faltando uma hora para escurecer e a 50 km de Oruro parei
para procurar um lugar para acampar, subi um morro pra ver se conseguia um
lugar ao lado de um muro de uma torre de telefonia e não era um bom lugar, mas
de lá eu vi um cemitério e a possibilidade de acampar ao lado do muro dele e me
abrigar do vento e foi lá que encontrei um lugar para acampar, lugar sossegado
e na areia fofinha.
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