Vigésimo quinto
30/12/2017 De Arica no Chile a Sajama na Bolívia
Saindo do camping comecei a subir a cordilheira em direção a
Putre e pelo caminho visitei a Pukara de Copaquilla, que é uma fortaleza dos povos pré inca
e uma espécie de armazém, Tambo de Zapahuira, com uma mini vila em volta.
Pukara de Copaquilla
O caminho é sinuoso e com
asfalto de boa qualidade e o numero de casinhas em homenagem aos que morreram
por ali mostram que é bom ter cuidado, pois muitas curvas e paisagem bonita
podem ser uma combinação fatal. Chegando aos 3500 metros de altitude já pude
perceber que a moto já estava fraca novamente, certeza que deve ser o sensor de
pressão do ar que esta com problema. Comecei a ver os primeiros picos nevados por
entre as nuvens e o melhor estava guardado para após passar por Putre, onde eu
espera comprar gasolina e não tinha e minha gasolina daria apenas para chegar
na fronteira. Ao entrar no parque nacional Lauca as coisas começaram a ficar
bonitas. Formações rochosas em um canion logo no começo e depois os cerros e
vulcões nevados deram a sua graça. Ao longo da carretera tem vários mirantes
explicando sobre os cerros e vulcões. Parei em um deles para comer um chocolate
e choveu de leve uma mistura de granizo com chuva e no horizonte vinha uma tempestade no mesmo sentido que eu. Apertei o
passo.
Costume de deixar bebidas, comida e as vezes moedas
Mais um que não conseguiu chegar.
Vulcão Parinacota e Pomerapi
Laguna Chungará
Passei pelo lago Chungará, que fica aos pés do vulcão
Parinacota e de outro cerro nevado. A composição do cenário é muito bonita e
tem um deck no lago de onde se pode observar o vulcão e as aves do lugar.
Chegando na fronteira a fila de caminhões indo para a
Bolivia era kilométrica, passei por eles e chegando na aduana a gasolina
acabou, consegui tirar uns 300 ml do tanque auxiliar e colocar no outro,
suficiente para chegar ao posto logo após a aduana. Chegando na imigração
chilena para dar saída me pediram um folha onde teria que anotar o numero da
placa e teriam 6 carimbos para serem pegos, por ali já vi que a coisa ia ser
enrolada. Fiz imigração e aduana chilena e fui para a boliviana, que diferente de todas as outras
aduanas deles, nesta pede para preencher um formulário onde se declara o que
esta levando para o país e outro para a entrada do veiculo no pais e depois de
preenchido tem que levar até uma casinha do lado de fora para uma pessoa passar
para o computador os dados e depois voltar na aduana para o oficial poder dar
entrada no veículo. Coisa que nas outras aduanas que faz é o oficial, e tem que
pagar R$7,50 pelo preenchimento do formulário. Feito a aduana o ultimo passo
era pegar o sexto carimbo com a polícia. Lá a policia pega os dados do veículo
e coloca num caderno, só para registro, mas inventou uma taxa de registro onde
eu deveria pagar R$5,00, tava na cara que era pilantragem, pedi o comprovante e
o guarda começou a enrolar e inventar desculpas. Falei que aquilo não era
correto e que era mais como uma “colaboracion” que algo legal e sai de lá. Todo
o rolo na aduana durou mais de uma hora.
Abasteci a moto em Tambo Quemado a 6 Bolivianos, pelo menos
isso tinha que dar certo, e fui almoçar alguma coisa, já eram 15 horas. Pedi um
truta no restaurante e depois comprei um suco de abacaxi e segui para o parque
nacional Sajama, que não tinha ninguém na portaria, talvez me cobrem amanhã na
saída. O nevado Sajama estava lá todo imponente e todo visível com seus mais de
6000 metro de altura e do outro lado os vulcões Parinacota e Pomerapi e na
frente outros cerros nevados fechavam a paisagem. Andar pelas estradas de
areia, socadas pelas ultimas chuvas, foi
um prazer, para onde se olhava tinham montanhas nevadas, isso em pleno
verão.
Cheguei na vila Sajama e uma senhora veio me oferecer hospedagem por
R$15,00, como ventava um pouco e aqui é alto disse pra ela que ia ficar, mas
que primeiro iria ao gêiser e assim fiz, porém chegando no gêiser não estava
ventando e o chão perto de uma das fontes era quente e pensei comigo: Por que
não acampar aqui. E foi isso que fiz, busquei a moto e no caminho passei numa
valeta e ao tentar equilibrar a moto coloquei o pé no chão, mas não era chão,
era lama preta e quente, foi o tênis inteiro e a barra da calça. Sai dali e
coloquei a moto onde iria montar a barraca. Montei e coloquei as coisas para
dentro e aproveitei que tinha agua quente e fui lava o tênis e uma muda de
roupa que eu tinha suja a uns dias já. Depois de lavar coloquei no sado de
secagem e deixei no córrego de agua morna de molha para retirar no dia
seguinte.
O dia finalizou com um por do sol que deixou as nuvens avermelhadas contrastando com o branco
dos picos nevados ao fundo.
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