domingo, 8 de abril de 2018

Dia 7 - 12/12/2017 de Passo Sico a Toconao no Chile


 Sétimo dia de viagem

 12/12/2017 de Passo Sico a Toconao no Chile

Acordei 7:20 h para arrumar tudo até as 8 e fazer a imigração e seguir para o passo Huaitiquina. Após feitos os tramites, que foram rápidos, perguntei a um guarda sobre o passo e ele falou que era um passo desabilitado, que as estradas não tinham manutenção e que seria perigoso. Isso seria o suficiente para a maioria desistir, mas como eu já tinha estudado por fotos de satélite eu decidi que iria encarar mesmo assim.



Nem todos terminam a viagem.


Segui até a antiga aduana Chilena e de lá virei para a estrada que dava acesso ao passo. Inicialmente estava tudo normal, estrada até bem cuidada, cheguei até 4800 metros de altitude e então começou uma descida forte e com bolsas de areia em algumas partes, pensei comigo: Se eu tiver que voltar  acho que não vai subir aqui. 
Iniciando a subida para o passo Huaitiquina



Cheguei então às planícies desérticas, rodei uns 20 km até um trevo que tinham algumas placas tão antigas que algumas mal podia-se ler o que estava escrito, mas era a indicação do passo, segui por mais uns 15 km e cheguei ao salar Águas Calientes, onde eu achava que teria um fonte termal e não tinha.
Tinham uns lugares difícies.


Cruzamento do passo Huaitiquina com a estrada que leva para o Sico.




A estrada em partes era boa e outras partes fazia lembrar a reserva Eduardo Avaroa na Bolívia de tanta areia. Em uma subida encontrei uns penitentes, formações de gelo desgastadas pelo vento, no meio da estrada após descer este morro e andar por mais uma reta grande eu pude ver uma estrada passando sobre outro morro, estrada com uma inclinação bem forte e que eu sabia que não iria conseguir subir. Cheguei nesta subida e fui até onde o motor levou, 4400 metros de altitude, muita areia na estrada e nem empurrando conseguia avançar. Voltei até uma parte plana e fui trocar o pinhão e coroa pra ver se conseguiria subir. Ao tentar trocar a coroa com o jogo de chaves originais, de tão apertados que estavam os parafusos a chave abriu a boa. Deixei quieto a coroa e fui então trocar pinhão e tirar o filtro. Uma vez feito as alterações voltei a tentar subir o morro e passei poucos metros de onde tinha chegado antes.





Salar Águas Calientes

Não teve jeito, voltar era a solução, umas quase 3 horas e tentar subir aquele morro ou pedir socorro pelo spot caso não conseguisse. Cheguei no morro e nos 4600 metros de altitude a moto parou, tinha bastante areia na  estrada, desci e ajudei a empurrar, foi sofrido mas consegui vencer aquela parte com bastante areia e então pude subir na moto e terminar de subir a montanha até chegar nos 4800 metros novamente e explodi de felicidades por ter conseguido voltar sem ter que pedir ajuda, até porque esperar alguém passar por lá não era opção, nas quase 7 horas que fiquei naquelas estradas não vi ninguém.
Penitentes no meio da estrada


Salar Águas Calientes

Voltei então para o passo Sico já sem saber se teria gasolina para chegar em San Pedro de Atacama. Rodei até quase o sol se por e achei um lugar para acampar atrás de uns montes de pedra e areia de um canteiro de obras da rodovia. Estava a 4400 metros de altitude e a noite foi fria, pelo termômetro do celular marcou -4 graus, não passei frio, usei a segunda pele e o macacão que a mãe fez com uma manta.



Laguna Tuyajto








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